02/01/2015


Meu bom Papai Noel
Augusto Coelho Leal, do IHGRN

                Olha meu velhinho, também fiquei velho como o senhor, com uma diferença o senhor é eterno, eu não, por isso me apreço em lhe escrever, não sei o tempo que me resta.

                Meu bom velhinho, quando criança, fazia minhas cartinhas para o senhor pedindo brinquedos, e o senhor colocava debaixo da minha cama e dos meus irmãos. Quando acordávamos era uma festa, todos abrindo os pacotes para verificar os seus presentes e imediatamente íamos brincar com eles, e com o resto da meninada.

                Hoje Papai Noel, não sou mais criança, já não brinco como criança, mas choro como adulto. Já não corro de alegria com brinquedos nas mãos, mas reflito sozinho, viajo em meus pensamentos, viajo em sonhos, talvez como Don Quixote a procura de moinhos de vento. Mas, tenho ainda esperança que meus sonhos um dia se realizem. Talvez, quando meus netos lerem esta cartinha Papai Noel, digam - meu avô vivia de utopia.

                Papai Noel, peço de presente neste Natal, um presente para todos, um Brasil melhor, um Brasil mais justo. Um país onde todos que ocupem cargos públicos sejam pessoas honestas. Peço um país onde os jovens não sejam disseminados pelas drogas, que tenham direito a vida e não direito a morte. Peço um país onde todas as crianças tenham direito a educação, principalmente as classes sociais de menor poder aquisitivo, pois só assim não teremos os adultos que temos hoje. Que se acabe esta imoralidade de fechar escolas para crianças, pois estamos carentes demais. Peço Papai Noel uma Justiça mais digna, mais honesta, que olhe mais para suas obrigações profissionais do que para os holofotes sociais, que os magistrados não se sintam Deus, mas peçam a sua misericórdia para iluminar na sua árdua função.  Sem uma justiça digna, pouco poderemos fazer. Peço Papai Noel que o povo tenha direito a saúde, que se acabe com essa patifaria de tirar do direito do povo, um direito que é sagrado, que é o direito de viver, mas viver com dignidade. Peço Papai Noel que o povo tenha direito a segurança – aqui uma imoralidade – veja Papai Noel a que ponto chegamos que um secretário de segurança vai a imprensa pedir ajuda a população para diminuir a criminalidade, sei não Papai Noel, meu avô já dizia: Quem não pode com o pote não pega na rodilha. Por falar em criminalidade o senhor deixe um bilhetinho para todas as pessoas do bem que pensem,  reflitam, e tomem atitudes. Não podemos mais permitir este estado de calamidade que se espalhou na segurança por todo Rio Grande do Norte, por todo Brasil. Não podemos mais calar pelos crimes, assaltos, roubos que são praticados na cara de todos, sem que a sociedade reaja. Temos sim, que reagir e cobrar das autoridades (policiais e judiciais) que façam as suas partes.

                Bem meu velhinho, talvez quando senhor ao ler esta carta fique espantado e pergunte a si mesmo. Essas coisas existem? São verdadeiras? Não pode, não acredito! Acredite Papai Noel, existem sim. Vivemos em um País onde existe pouco futuro para os jovens, e pouco, muito pouco amparo para os velhos. Vivemos em um país onde as palavras dignidade e honestidade são poucas conhecidas pelo seu povo. Um povo passivo demais, um povo que perdeu a capacidade de reagir, sofre calado.

                Mas Papai Noel, me ajuda, não deixe que meus sonhos virem moinhos de vento como nos sonhos de Don Quixote, que esses moinhos sejam reais, e cada um espalhe com todas suas forças, em forma de energia, para toda a população, o sentido e compreensão das palavras dignidades e honestidade, precisamos urgente de um país mais digno e honesto.

                Bom meu velhinho, não pense que estou lhe pedindo muito, mas um homem que não sonha, não luta pelos seus direitos é um homem morto. Ainda estou vivo, e enquanto há vida há esperança. Ainda me resta um pouco de vida, portanto um pouco de esperança.

                Um Feliz Natal, um Ano Novo com saúde e paz para todos.

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