20/02/2015

LANÇAMENTO DE LIVRO

                                                                           
CONVITE
__________________________________________________
  
A Cooperativa Cultural Universitária, a Universidade Federal do Rio Grande do Norte, o Núcleo de Referência de História e Memória da Educação e Jovens e Adultos - NUHMEJA/RN e a Editora Livraria da Física (Coleção Contextos da Ciência), convidam para o lançamento do livro “40 Horas de Angicos e Campanha de pé no chão também se aprende a ler Movimentos e Memórias da Educação de Jovens e Adultos”, a realizar-se na Livraria Cultural Universitária – Centro de Convivência da UFRN, às 17 horas do dia 24 de fevereiro de 2015.


COLEÇÃO CONTEXTOS DA CIÊNCIA
Direção editorial: José Roberto Marinho
Coordenação geral da coleção: Carlos Aldemir Farias e Iran Abreu Mendes
Organizadoras do livro: Marisa Narcizo Sampaio e Rosa Aparecida Pinheiro

Autor@s: Alessandro Augusto de Azevedo, Amagdallas Oliveira Cabral, Francisco Alves da Costa Sobrinho, Francisco Canindé da Silva, Fernanda Mayara Sales, Maria Selma dos Santos, Marisa Narcizo Sampaio, Rosa Aparecida Pinheiro, Roseane Idalino da Silva, Thabatta Louise Zilio e Tâmara Aline Silva Rodrigues.

19/02/2015

PELO MUNDO AFORA – EM BUSCA DE PAPEL HIGIÊNICO! 

Públio José – jornalista


                       Há um ditado popular que assegura existir para cada mulher um homem. Por mais feio, fedorento, desdentado, desajeitado, pobre, burro, tapado, grosso, ignorante, que alguém seja, ou, por outra, com qualquer atributo (ou desatributo) que possua, dificilmente alguém – seja homem ou mulher – fica desacompanhado. É como se para cada fechadura houvesse uma chave.  Adaptando esse raciocínio ao campo político, pode se afirmar que para cada ideologia existe uma plateia correspondente. A História não nos deixa mentir. Ao longo do tempo, reis, imperadores, generais, mandatários, enfim, de qualquer índole, sempre contaram com (muitas vezes numerosíssimos) seguidores. Não à toa, pode ser relembrado aqui o episódio ocorrido em 18 de novembro de 1978 na Guiana, quando o líder religioso Jim Jones levou à morte centenas de pessoas, a maioria por envenenamento.
                        O argumento? O de que a “terra mãe” (os Estados Unidos), se transformara no império do Satanás – com isso, mantendo-as confinadas na selva da Guiana até a morte. Já Adolf Hitler conduziu a nação alemã à prática de crimes horrendos com base na pureza da raça ariana. Ora, ora! Para cada louco uma plateia; para cada ideologia – por mais ilógica – multidões dispostas a dar-lhe crédito. Nesse contexto, a América do Sul também não fica atrás. Sob o manto de uma tal “revolução bolivariana”, a Venezuela está sentindo de perto o péssimo negócio que fez ao dar ouvidos a Hugo Chávez. Seu período no poder coincidiu com o boom consumista mundial, com as exportações de petróleo trazendo fartos recursos a Venezuela – e a ele altíssimos índices de popularidade. Tanto dinheiro o elevou à líder regional, em condições até de enxergar a implantação do bolivarianismo em outros paises.
                        No Brasil, várias vertentes de partidos de esquerda – órfãos de profetas e gurus em razão da queda do Muro de Berlim, da derrocada da União Soviética e de outros acontecimentos semelhantes mundo a fora – entregaram-se de corpo e alma às teses chavistas, tentando, de todas as maneiras (algumas até ao arrepio da lei), implantá-las em solo brasileiro. E os frutos resultantes? No Brasil, um desastre. A mistura de lulopetismo com bolivarianismo deu no que deu: inflação alta, baixo crescimento, corrupção incontrolável, entre outras mazelas – Petrobrás no destaque. Na Venezuela, o sucessor de Hugo Chávez, Nicolás Maduro, deu de cara com outra realidade econômica – e está levando o país à bancarrota. A China não é mais o dragão devorador de commodities e petróleo como antes, fato que fez seus preços descerem a ladeira, muito em função da produção de petróleo americano extraído de xisto.
                        Em vista de tal realidade, e pela não priorização em infraestrutura, a Venezuela escorrega em direção ao caos social e econômico com o qual o bolivarianismo não sonhava, embora, paradoxalmente, Maduro tenha sido reeleito presidente (diz a oposição em eleições vergonhosamente fraudadas), e ainda conte com simpatizantes suficientes para continuar a tomar as mais loucas atitudes. Enquanto isso, a inflação dispara, o crescimento é zero, o desabastecimento de gêneros de primeira necessidade se generaliza, incluindo papel higiênico – e Maduro nem, nem. Quem faz crítica é taxado de traidor da pátria, a liberdade de Imprensa inexiste e o Parlamento e o Judiciário endossam toda tipo de patifaria. Recentemente, em verdadeiro tour, visitou a China tentando recursos para tapar o rombo. Será que a China lhe deu dinheiro pra comprar papel higiênico? Trágico. Ou será ridículo?     

18/02/2015

PROFESSOR HOSTÍLIO DANTAS

Jurandyr Navarro
Do Conselho Estadual de Cultura

Desde os tempos imemoriais no Egito, Grécia e em Roma, apenas para citar essas três reluzentes civilizações, a Escultura se apresentou no seu apogeu mais pro­missor. As cidades, os monumentos, os templos, as estátuas, hermas encerravam a história daqueles povos. Contavam as batalhas, a vida dos heróis, dos filósofos, seus políticos e oradores, como poetas e governantes.
Os deuses da mitologia, a Esfinge do deserto, o perfil de Nefertiti, o busto de Cleópatra, a imagem marmórea de Alexandre... Na Roma imperial a mesma coisa, a arte escultural dominava a sua memória guerreira, política, cultural - efígies de César Augusto, de Cornélia mãe dos Gracos, Catão, Marco Antônio, Cícero... tudo era motivo expressado na pedra, no granito, no mármore por essa manifestação do belo artístico.
Outros encantos da Antiguidade tinham o mesmo objetivo de apreciação: o Sena­do Romano, tendo no átrio a herma de Pompeu que, impassível, assistiu a morte horren­da de Júlio César; na Acrópole Ateniense, as colunas majestosas do Partenon e a está­tua banhada a ouro de Palas Atenéia.
E os tempos modernos preservaram, na sua forma de pensar e de conceber, o espírito e essa memória cultural.
Aqui em Natal e no Rio Grande do Norte tivemos como remanescente dessa refi­nada cultura artística, um grande escultor que foi Hostilio Dantas. O seu estilete mágico desenhou na pedra informe muitas esculturas espalhadas pelo orbe potiguar. Ainda hoje esplende no alto da torre da Igreja de São Pedro, no Alecrim, o Apóstolo de corpo inteiro. Uma importante Praça pública exibe o busto do Padre João Maria, na cidade dos Reis Magos. Ambas esculturas foram do seu fino lavor. Outros trabalhos lembrados os bus­tos que ele cinzelou do Padre Luiz Monte, José Augusto, Juvenal Lamartine, João Tibúrcio, Manoel Dantas, José da Penha, José Ivo.
Dar vida figurativa a um trabalho dessa espécie é a tradução verossímil da ex­pressão de Miguel Ângelo:

"Libertar a figura do mármore
que a apresiona".

Recebia, Hostilio Dantas, encomendas de outros Estados da nacionalidade pátria, tais como Pernambuco, Paraíba e Rio de Janeiro, já que a fama do seu cinzel havia atravessado fronteiras.
O talentoso artista era também exímio professor de Desenho. Tive-o como docen­te no velho Atheneu. Na sala de aula, um dia, pegou do giz com o polegar e o indicador e traçou um enorme círculo no quadro negro, fazendo-o numa fração de segundos. Feito o círculo, ninguém distinguia o começo nem o fim do traço, tal a sua perfeição geométri­ca.
Mestre inexcedível na sua disciplina. O seu porte psicológico, recordo - tranquilo e educado, impondo-se o equilíbrio.
Na sua arte de Escultor, na época, não apareceu outro que o igualasse.
No mundo da Mitologia havia um célebre escultor chamado Pigmalião, mestre dos mestres na arte. Certa vez esculpiu uma estátua a qual devotava toda sua afeição, por julgar sua obra-prima, tal a sua perfeição. E Pigmalião batizou-a de Galatéia. E afeiçoou-se pela estátua a ponto de apaixonar-se.
E dirigia-lhe a palavra. E tal a sua paixão que invocou à deusa Vênus que a trans­formasse numa mortal, sua semelhante, sendo o pedido aceito.
As esculturas de Hostílio Dantas tinham, aproximadamente, essa perfeição esté­tica. Só faltava ele repetir o famoso escultor de Florença, na época da Renascença italiana, dirigindo-se à estátua por ele trabalhada de Moisés - "Fala:"         
Mas, Deus o compensou, dando-lhe estátuas falantes e bonitas, que foram as suas filhas. Lembro-me de uma delas, docente, também, da disciplina do pai, cuja graça e elegância parecia a silhueta formosa de Afrodite, saindo das ondas... Desfilava, na sala de aula, perturbando a meninada, porque não se portava tal Laura Novelle d'Andrea, que lecionava, na Europa, com o rosto coberto por um véu, para que a sua beleza não desvi­asse a atenção do seus alunos.
A saudade envolveu o nome artístico de Raimundo Hostílio Dantas, inesquecível escultor da nossa Cidade, e saudoso professor do velho Atheneu.

17/02/2015

E ainda se troca ouro por miçangas!


Luciano Ramos
Procurador-Geral do Ministério Público de Contas do RN

Carlos Henrique Rodrigues
Promotor de Justiça em exercício na 47ª PmJ; Coordenador do CAOP Saúde, em substituição


“Quem me dera, ao menos uma vez, ter de volta todo o ouro que entreguei a quem conseguiu me convencer que era prova de amizade, se alguém levasse embora até o que eu não tinha.

Quem me dera, ao menos uma vez, provar que quem tem mais do que precisa ter quase sempre se convence que não tem o bastante... Mas nos deram espelhos e vimos um mundo doente...” (Índios, Legião Urbana)

Certa feita, um sábio Procurador do Estado me disse que o Poder Executivo financiava o luxo dos demais poderes, que iria desde o pagamento do combustível para os carros oficiais rodarem, até generosas cessões de servidores, sem ônus para quem o recebe – no máximo com um complemento salarial, deixando para trás o custo de sua remuneração e o vácuo do trabalho que não desenvolverá no órgão para o qual ele prestou concurso.

Ao ouvir isso, inicialmente, imaginei que o problema não fosse tão grave, pois estamos falando de diversos setores de uma mesma Administração Pública, dividida apenas para fins de exercício do Poder, com a possibilidade de apoio recíproco.

Mas a imagem real refletida no espelho está longe desta utopia doutrinária.

Enquanto faltam policiais militares para fazer a segurança pública, sobram até mesmo alguns para fazerem às vezes de recepcionistas e entregarem crachás em alguns Poderes, isso quando não estão ocupados em ser motoristas. 

De um lado, o custo impacta a despesa com pessoal de quem está eternamente acima do limite prudencial, nitidamente em desequilíbrio com sua folha de pagamentos - que mal consegue honrar e vê seu quadro de servidores deteriorar-se sem condições de fazer concurso; de outro, subutiliza-se mão-de-obra qualificada e escassa.

Como se isso já não fosse o bastante, eis que surge uma nova demanda de cessões, desta feita em área tão sensível quanto à segurança pública, com o agravante de que corremos o risco de nossa generosidade vir a preencher uma lacuna na Administração Pública Federal - nosso primo rico e com ares de colonizador, deixando as consequências financeiras para os amistosos índios potiguares.

De fato, os Promotores de Justiça atuantes na área de Defesa da Saúde e o Ministério Público de Contas do Rio Grande do Norte foram surpreendidos, na aurora de 2015, com a demanda da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares-EBSERH, a qual requereu que a Secretaria Estadual de Saúde Pública-SESAP/RN colaborasse para que a União cumprisse com obrigações federais, fornecendo recursos humanos – notadamente médicos obstetras e pediatras.

Os referidos médicos seriam lotados no Hospital Federal Ana Bezerra, localizado em Santa Cruz/RN, pois a EBSERH não logrou êxito no concurso por ela realizado, sobretudo, por inadequação à realidade local.

Ocorre que a SESAP tem flagrante déficit de médicos e outros profissionais, o que serve de justificativa para crescente contratação de cooperativas médicas a altíssimo custo. Além de encontrar dificuldades para por em pleno funcionamento unidades próprias da rede estadual, como é o caso do Hospital Alfredo Mesquita de Macaíba, cuja maternidade há anos não sabe o que é dar à luz um macaibense, por várias mazelas, déficit de obstetras e pediatras entre elas.

Diante desta generosa troca de ouro por miçangas, MP estadual e MPC/RN fizeram recomendação conjunta à SESAP para abortar estas cessões, pois três já haviam sido feitas no apagar das luzes do governo anterior. 

Com todo este temor reverencial, atendendo demandas próprias e alheias, será difícil equilibrar receitas e despesas no Rio Grande do Norte, além de prestar com a mínima dignidade e eficiência educação, saúde e segurança pública.

14/02/2015

RELIQUIAS HISTÓRICAS DO ESTADO


39ª EXCURSÃO: FOMOS CONHECER A CASA DE PEDRA DE PIUM EM NÍSIA FLORESTA,RIO GRANDE DO NORTE.
Desde 2001 que eu viajava a região de Pium para acampar mas especificamente na comunidade de Alcaçuz e havia ouvido falar muito de uma casa de pedra naquela região, mas nunca tinha investido tempo em busca dessa construção antiga tão comentada. Até que no dia 25 de setembro de 2011 resolvi sair com o colega Júlio em busca dessa casa de pedra. De ônibus(linha 6) seguimos até a entrada da pista de barro(depois da ponte próximo a casa do chico) que dar acesso a penitenciária de Alcaçuz,a lagoa e a comunidade de mesmo nome. Iniciamos nossa caminhada após nos informarmos com um morador local de que caminhássemos na estrada de barro até passarmos por três subidas em seguida deveríamos deixar a pista principal e entrar numa estrada a esquerda, o que fizemos até chegarmos a um riacho de onde podemos ver as ruínas da casa de pedra no alto da colina.
Riacho próximo a casa forte de Pium, Nísia Floresta, RN.
Ruínas da casa forte construída pelos portugueses no século XVII, Nísia Floresta, Rio Grande do Norte.
 Após uma parada para descansar e ouvir os sons da natureza, vimos o senhor Antônio dono da propriedade onde estar a casa e pedimos autorização para entrarmos e fotografarmos a mesma, ele prontamente nos concedeu permissão.
Integrantes do GOP em visita as ruínas da "casa de pedra"de Pium, Nísia Floresta,RN.
Ruínas da "casa de pedra" em Pium construída pelos portugueses.
Ruínas da casa forte em Pium , Nísia Floresta, RN.
 A casa de pedra de pium ou casa forte como é denominada tecnicamente pelos historiadores é uma construção portuguesa, de alvenaria de pedra e cal, com um partido de planta retangular com 23m de comprimento e 11,69m de largura. apesar de encontrar-se em estado de ruínas, as paredes de alguns compartimentos apresentam uma altura de 3m e tem uma espessura de 70 cm.
parede com espessura de 70 cm da casa forte construída pelos portugueses no século XVII.
Ruínas da casa forte em Pium com paredes  de 3m de altura.
janela e seteira a esquerda da mesma nas ruínas da casa forte de Pium.
Acredita-se que teria sido construída com as pedras dos rios e cal feito de conchas  de moluscos, além do óleo de baleia para dar adesão à argamassa.  apresenta algumas peculiaridades,como a presença de seteiras, que são aquelas aberturas em muralhas por onde se atiram setas contra os sitiantes. essas se afunilam da face externa da parede até o interior, recurso bastante utilizado nas edificações antigas, principalmente na arquitetura militar.
Vista parcial lateral da casa forte de Pium,construção portuguesa
Segundo o historiador Roberto Airon Silva "as casas fortes surgiram no início do século XVII ou mesmo após a expulsão dos holandeses, e foram prioritárias principalmente em função das novas estratégias de ocupação e colonização do espaço colonial pós-restauração portuguesa exigindo a adequação de espaços de uso civil,mas com características de defesa militar, e também a sua importância no contexto dos combates contra o gentil bravo, a guerra dos bárbaros."
Após muitas fotografias,comentários e observações a respeito daquele patrimônio histórico nos despedimos do senhor Antônio e seguimos em direção a lagoa de alcaçuz. ao chegarmos as margens da lagoa na região conhecida como "ponta dos colonos ou área dos antigos colonos" percebemos que as terras foram quase todas vendidas e cercadas pelos novos donos, ficando o acesso a lagoa bem restrito. passamos pelo que parece ser o último local de acesso direto a lagoa e seguimos rumo a bom local para banho ao som da natureza.
Integrante do GOP banhando-se na lagoa de Alcaçus, Nísia Floresta,RN.
Vista do alto das dunas da Lagoa de Alcaçus, Nísia Floresta,RN.
 Depois de renovarmos nossa energias nas águas de alcaçus, lanchamos e continuamos nosso trekking em direção as dunas e lagoas temporárias de búzios. debaixo de um sol escaldante e contra fortes ventanias, podemos apreciar a fauna e a flora do ecossistema litorâneo, assim como as belíssimas lagoas temporárias da região.
Anum preto Crotophaga ani  Linnaeus, 1758.
Maçarico de coleira Charadrius collaris  Vieillot, 1818.
lagoa temporária em Búzios, Nísia Floresta, RN.

Após mais de uma hora caminhando deixamos as grandes dunas para trás e chegamos a praia de búzios que estava com maré alta, o que nos impediu de caminharmos beira mar, voltamos andando   pela rodovia até o rio pirangi onde "pegamos" transporte de volta para nossas casas. Até a próxima!!!!!!!!

PARA CONHECER A FAUNA E FLORA VISTA NESSA EXCURSÃO OU EM OUTRAS,ACESSE: http://faunaefloradorn.blogspot.com.br/
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13/02/2015








O HINO DE CEARÁ-MIRIM E O SEU COMPOSITOR, JOSÉ LUIZ



O hino de Ceará-Mirim foi instituído como o oficial do município, em 19 de outubro de 1973, pela Câmara Municipal, aprovando uma proposição do então prefeito Ruy Pereira Júnior.


A sua composição é de um cidadão chamado JOSÉ LUIZ, ceará-mirinense nascido no distrito de Ponta do Mato, no ano de 1915.

Exibimos para vocês cópia do manuscrito do HINO DE CEARÁ-MIRIM (que o compositor intitula “Terra dos Verdes Canaviais”), com a letra do próprio José Luiz. O original deste documento, que deveria estar em local de acesso ao público, não se sabe com quem está.

O compositor, fez os primeiros estudos em Natal e, em 1933, com apenas 18 anos de idade, partiu para o Rio de Janeiro, como soldado do Exército, sendo transferido, posteriormente, para São Paulo. 

Quando deixou o Exército, fixou residência no Rio de Janeiro, onde firmou-se como músico, já que era um grande violonista nato.

A partir da sua musicalidade, sempre demonstrada em múltiplas ocasiões, nos grandes centros, passou a conhecer músicos famosos da época, mas foi o velho e grande Luiz Gonzaga – que conhecera ainda quando estava no exército – quem deu o impulso inicial para o seu ingresso no mundo artístico, quando lançou o “Baião no Café Nice”.

Além de violonista, era também um grande compositor. Em 1937 José Luiz uniu-se com o cantor Augusto Calheiros, para quem compôs as músicas que fizeram sucesso na época, denominadas: “Grande Mágoa” e “Vida de Caboclo”. 

Acompanhou o cantor Vicente Celestino, em turnês pelo Brasil e pela América do Sul.

Compôs o samba “Cremilda”, que foi gravado com sucesso por Moreira da Silva. Este samba foi inscrito no Concurso Oficial de Sambas e Marchas de carnaval do Rio de Janeiro, de 1949. José Luiz, malgrado ter concorrido com compositores da categoria de Ary Barroso, Braguinha e Ataulfo Alves, foi sagrado vencedor, obtendo o primeiro lugar. 

Integrou um grupo de músicos, todos nordestinos, formando um grupo regional que acompanhava vários cantores famosos, entre os quais destacamos Ângela Maria.

Teve participação em filmes, entre os quais destacamos: “Fuzileiros do Amor”, de Mazzaropi; O Cangaceiro” de Lima Barreto; “Fazenda do Ingá” e “O grande pintor”, estreladas pelo comediante Ankito.

Apresentou-se em Ceará-Mirim, nos anos cinquenta, acompanhado do cantor Augusto Calheiros que, ao se apresentar disse que iria “cantar o seu maior sucesso, de autoria de um filho de Ceará-Mirim”.

José Luiz tinha pela sua terra um grande amor e, no auge do sucesso, vinha todos os anos pisar o torrão natal. Quando chegava em Ceará-Mirim, se apresentava gratuitamente, no Centro Esportivo e Cultural, como que para dividir com os conterrâneos o sucesso que ele obtivera.

Em 1963 ele retirou-se da vida artística e retornou à Ceará-Mirim, ao distrito de Ponta do mato, em razão de Acidente Vascular Cerebral sofrido, que lhe deixou com paralisia parcial e fragilidade vocal.

Como é comum ocorrer com pessoas do meio artístico, não amealhou o suficiente para suprir as carências da velhice e, sem condições de se manter, a municipalidade, num ato de generosidade e de gratidão, outorgou-lhe uma pensão vitalícia, que lhe permitiu morar num quarto de pensão, já na cidade de Ceará-Mirim, onde ficou até quando não teve mais condições de viver sozinho. Foi então morar com uma irmã em Natal. 

Morreu no Hospital Doutor Luiz Antônio, no dia 27 de dezembro de 1982, com 67 anos de idade e foi sepultado no “túmulo dos desconhecidos” do cemitério do Bom Pastor, o qual não se sabe, sequer, a sua localização.

Como homenagens póstumas, foram dados o nome de “Compositor José Luiz” a um Largo e a uma rua, no distrito de Ponta do Mato, em Ceará-Mirim e a uma rua, no bairro das Quintas em Natal

CARNAVAL DO PASSADO E FOLIÕES IMORTAIS

 
Severino Galvão, (ao centro) foi Rei Momo, muitas vezes, à revelia da prefeitura.

Irreverência, seu nome é Severino Galvão. Numa época marcada por grandes carnavais, o Rei Momo Severino de Oliveira Galvão (1914 – 1994) reinou à margem do carnaval oficial pintando o sete. Foram doze anos de mandato continuado (1968 a 1980), as mais das vezes como Rei Momo alternativo. Natural de Pedro Velho, Severino Galvão foi um pouco de tudo na vida: militar, comerciante, publicitário, político e, principalmente, Rei Momo. Com as marcas indeléveis da irreverência e do bom humor, qualidades inatas que o acompanharam na saúde e na doença, o folião tinha o hábito de organizar batalhas de carnaval em bairros da Natal das primeiras décadas do século XX. Desta época para a majestade foi um pulo. Também fundou o Clube Rex, na capital, para dar vazão aos arroubos carnavalescos. Rei Momo de protesto e dono de rara capacidade inventiva, Severino Galvão se auto-intitulava Super-Rei, à revelia da Prefeitura, responsável pela eleição, e do Rei Momo oficialmente eleito, constituindo ministério particular e nomeando personalidades locais para fazerem parte do gabinete. Juntamente com os auxiliares, elaborava programação para ser cumprida integralmente durante o reinado de Momo. Pela via biônica, em 1980 Severino Galvão nomeou Luís de Barros como primeiro-ministro; senador Jessé Freire, presidente do Senado Imperial; e João Medeiros Filho, chefe da Casa Civil, para ocupar posto no alto escalão. A lista de nomeações era imensa. Episódios hilários envolvendo o Rei Momo foram muitos. Um deles dá conta que, convidado para abrir o carnaval de Mossoró com os amigos João Fabrício e José Matias de Araújo (Zé Quitandinha), Severino Galvão foi detido pela polícia no aeroporto acusado de ser um impostor. O trote foi protagonizado pelos amigos Luís de Barros e Roberto Freire, que telefonaram de Natal para Mossoró e passaram informações falsas sobre ele para as autoridades policiais daquela cidade. A confusão foi grande. Um dos seis filhos do soberano com dona Elvira Galvão, o arquiteto João Galvão, revela que, mesmo como Rei Momo paralelo, Severino Galvão tinha acesso ao palanque oficial do carnaval e ingresso livre nos grandes bailes clubísticos, quando costumava borrifar perfume Contouré nos foliões, usando para isso bomba de aspersão. Outra esquisitice notada era o hábito de dar cochilos intermitentes no palanque oficial, em meio ao barulho gerado pela passagem das escolas de samba e tribos de índios. Exercendo toda a sua criatividade, Severino Galvão fez chegar à imprensa uma suposta ameaça de seqüestro durante o carnaval de 1979, informando que estava reforçando o serviço de segurança. O provável seqüestrador seria o coordenador dos Negócios do seu Reinado, vereador Érico Hackradt, amigo pessoal do Rei Momo. A notícia saiu no Diário de Natal, edição de 11 de fevereiro de 1979. Antes de falecer aos 79 anos, 50 dos quais dedicados ao carnaval, Severino Galvão deixou a autobiografia “A minha vida em versos”, que está sendo revisada e acrescida de documentos e rico material fotográfico pelos filhos João e Erinalda Galvão. A intenção é publicar os originais em livro. “O espírito dele era alegre e engraçado”, lembra a filha Erinalda Galvão. (PJD) Severino Galvão, Severino Galvão, (ao centro) foi Rei Momo, muitas vezes, à revelia da prefeitura a irreverência Acervo da família..
A República - Suplemento - Fev. 2005
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