05/05/2015


                                               Amigo Marcos Aurélio de Sá
Por: Augusto Coelho Leal, sócio efetivo do IHGRN

Meu bom amigo Marcos. Amigos não só são aqueles que vivemos em contato diariamente, mas para mim, aqueles que guardamos dentro do peito, que os poetas dizem, dentro do coração.

A nossa amizade Marcos, começou no Colégio Nossa Senhora de Fátima, quando nossos pais fizeram a nossa matricula para o curso de preparação da primeira comunhão, hoje conhecido como primeira eucaristia. Na época o Instituto era apenas de matriculas femininas -alunas- e lá restávamos, eu, você e nosso poeta e escritor João Gualberto Melo, de roupas brancas, e velas bancas, “pareciam três anjinhos” entre belas meninas.

Éramos crianças, mas dali surgiu um sentimento muito sincero entre nós dois.

Passou-se o tempo, cada um de nós fomos tomando o nosso destino. Mas, novamente fomos de uma maneira ou de outra ficando perto.

Você casou-se com uma moça de uma família onde fiz bons amigos, Humberto, Eudes e Lino, foram meus amigos de infância, pois morei na Rua Seridó e joguei basquete pelo Santa Cruz Futebol Clube. Quando criança ia muito na casa de seu sogro, onde principalmente com Eudes e Lino planejamos as nossas traquinices de infância.

Pois bem amigo, o tempo foi passando, e quando tinha quarenta e sete anos de idade, tive e tenho uma doença que me impediu de andar por muito tempo. Fiquei de cadeira de rodas e aquilo bulia – sou nordestino- muito comigo, ficava muito inquieto, já não podia me locomover com facilidade, e com sou muito buliçoso, aquela situação me incomodava muito, não sabia o que fazer. Mas, minha esposa, minhas filhas, genros, netos e alguns amigos, entre eles Dr. Rogério Santos, me davam forças para continuar. O que fazer? Era a pergunta.  Passava meu tempo dentro de casa. Não trabalhava e não ia as ruas para fazer minhas “traquinices.” Aprendi depois de “velho” dedilhar um teclado musical, mas não era o bastante.

 Você teve a idéia de lançar um jornal vespertino, fui um dos primeiros assinantes, depois a brilhante idéia de abri uma pagina para articulistas, fui um dos primeiros. Aí eu dei o “pulo gato” e você, com sua equipe me acolheram com muito carinho. Novamente o destino nos colocava um perto do outro. Você não sabe amigo, como me ajudou, pois novamente comecei a fazer contato com as pessoas que gostavam dos meus escritos, telefonavam para mim, ou comentavam comigo nas raras vezes que saia às ruas.

Lancei o livro Rosinha dos Limões, logo nas primeiras páginas o meu agradecimento a você e a sua esposa e também para toda sua equipe, em particular a Roberto Canuto. O lançamento do livro foi um sucesso, mas, esse sucesso ocorreu em particular ao seu apoio, a nossa amizade, e amizade de muitos amigos que fiz durante minha vida.

Ainda no lançamento de meu livro, o destino nos tornou mais perto novamente. Recebi carinhosamente o abraço de um filho de um grande amigo, irmão - Carlos Alberto Liberato-, e neste momento ele me comunicou cheio de alegria - pois sabe do carinho que tenho por você – que é casado com uma sua filha. Fiquei muito feliz, pois de uma maneira ou de outra, mesmo sem os contatos diários o destino nos tornava próximos.

Eu sempre disse Marcos, que amigos não são para balançar a cabeça concordando com que o outro diz, mas para aceitar e discordar –quando achar que necessário- respeitando um ao outro.

Discordamos apenas uma vez aqui neste Jornal, e você teve a dignidade de me responder e de publicar as minhas ponderações, pois para mim você é um homem digno e que faz parte com muito orgulho da História do nosso Rio Grande do Norte, que tanto gosto de escrever.

Vou sentir saudades de O Jornal de Hoje, pois sou saudosista e gosto da leitura no papel, mas saiba que todo esse tempo valeu, pois ficará eternamente nas nossas memórias e em nossos corações.

Um até breve amigo, e queira Deus que permaneçamos unidos. Um grande abraço.





     

04/05/2015

São Romão no século XIX


João Felipe da Trindade (jfhipotenusa@gmail.com)
Matemático, sócio do IHGRN e do INRG.
Há muitos desencontros nas informações dessa localidade, que hoje recebe o nome de Fernando Pedroza. No próprio site da Prefeitura, encontramos a seguinte informação: Vila de São Romão era assim chamada devido a uma antiga moradora por nome Crináuria que doou a imagem de São Romão para a 1ª capela, que fica ao lado da estação ferroviária, que hoje funciona como armazém. Outros disparates aparecem em vários textos sobre Fernando Pedroza.

 Por isso, resolvi escrever algumas linhas sobre São Romão, usando principalmente registros da Igreja do século XIX. Meu interesse por São Romão vem do fato de alguns ascendentes meus terem vivido por lá.

Manoel Ferreira Nobre, em suas “Breves Notícias Sobre a Província do Rio Grande do Norte, não menciona São Romão, mesmo escrevendo sobre Angicos; Nestor dos Santos Lima quando escreveu, sobre o esse mesmo município, disse o que se segue sobre São Romão: novo e florescente povoado, a 10 km da Vila, sobre a estrada de Lages-Angicos, fica à margem direita do Rio de Angicos, tem grande número de casas e uma capela, recentemente construída e dedicada a São Romão. Tem escola rudimentar (1925) e feira semanal. Mais adiante, quando tratou da Fazenda São Romão, informou como pertencente a Joaquim Firmino Filho. Fala também sobre um serrote de mesmo nome.

Aluízio Alves, em “Angicos”, fala sobre o distrito de  Fernando Pedroza, a partir da construção da estrada de rodagem Lages-Santana do Matos: São Româo era, a esse tempo, uma extensa mata, propriedade de vários agricultores, entre os quais Fernando Pedroza, Joaquim Firmino e Miguel Trindade.

Minha avó, Maria Josefina Martins Ferreira, por exemplo, embora tenha nascido na Fazenda Cacimbas do Vianna, hoje localizada em Porto do Mangue, foi batizada em São Romão, como podemos ver do registro a seguir: Maria, filha legitima de Francisco Martins Ferreira, e Francisca de Paula Martins Ferreira, moradores nesta Freguesia, nasceu aos quatro de dezembro de mil oitocentos e setenta, e foi por mim solenemente batizada, no sítio São Romão, desta mesma Freguesia, aos 10 de agosto de mil oitocentos e setenta e um; foram padrinhos, o major José Martins Ferreira (avô paterno da batizada), por seu procurador Vicente Ferreira Xavier da Cruz, e Maria Ignácia Rosalinda Brasileira; Vigário Felis Alves de Souza. Dona Crináuria, citada acima, minha tia, era filha de Miguel Francisco da Trindade e Maria Josefina Martins Ferreira. Foi casada com Joaquim Firmino de Deus Gonçalves Filho.

Minha bisavó, Francisca de Paula Maria de Carvalho (nome de solteira), também foi batizada na mesma localidade da filha: Francisca, branca, filha legítima de Vicente Ferreira Xavier da Cruz e Maria Ignácia Rosalinda Brasileira, nasceu aos 13 de fevereiro de 1848, e foi batizada, no Sítio São Romão, aos 30 de março do mesmo ano, pelo Reverendo Felis Alves de Sousa, sendo padrinhos João Luis da Rocha, solteiro, e Izabel Francisca de Sousa, viúva, do que para constar mandei fazer este assento, em que me assino. Felis Alves de Sousa, Vigário Colado de Angicos.

Minha tia bisavó, Maria Ignácia Teixeira do Carmo (nome de solteira), também foi batizada em São Romão, como podemos ver do registro a seguir: Maria, branca, filha legítima de Vicente Ferreira (Xavier) da Cruz, e de sua mulher Maria Ignácia Rosalinda (Brasileira), naturais e moradores neste lugar, nasceu a 28 de fevereiro de 1846, e foi por mim solenemente batizada, no Sítio São Romão, a 17 de junho de mesmo ano, sendo eu mesmo padrinho, digo = Procuração que dei a José Thomas Pereira, e Rita Teixeira da Conceição; do que para constar, faço este assento, em que assino. Felis Alves de Sousa, Vigário Colado de Angicos. Maria Ignácia, quando casou com José Francisco Alves de Souza, passou a se assinar como Maria Ignácia Alves de Souza. Era a mãe do capitão J. da Penha, de José Anselmo e de Maria das Neves, esposa do jornalista Pedro Avelino.

A maioria dos registros que encontro da época, em São Romão, está ligado ao meu trisavô Vicente Ferreira Xavier da Cruz, e, por isso acredito que ele era o proprietário da Fazenda ou Sítio São Romão. Vejamos mais um registro de filho de Vicente: Manoel, branco, filho legítimo de Vicente Ferreira Xavier da Cruz e de sua mulher Maria Ignácia Rosalinda Brasileira, nasceu aos 21 de novembro de 1850, e foi por mim solenemente batizado, no Sítio São Romão, desta Freguesia, aos 10 de dezembro do mesmo ano, sendo padrinhos Nossa Senhora da Conceição e Hermenegildo Pinheiro de Vasconcellos, branco, casado, do que para constar fiz este assento, em que assino. Felis Alves de Sousa; Pouco tempo depois, Manoel, em 27 de janeiro de 1851, foi sepultado, tinha pouco mais 2 meses. No registro consta que seus pais eram moradores da Fazenda São Romão.

O registro mais antigo da Freguesia de Angicos, de um sacramento em São Romão, foi do casamento de Ignez, escrava de Vicente Ferreira Xavier da Cruz, com Manoel Antonio, no dia 30 de outubro de 1844, na presença de Joaquim Ignácio Pereira e João Luis da Rocha.

Aos dez de outubro de 1872, quem casava no Sítio São Romão, com dispensa de afinidade ilícita, e na presença de Francisco Martins Ferreira e Cosme Teixeira Xavier de Carvalho, era Marcolino de Freitas Gogó, com Vicência Maria da Conceição, ele do Assú e filho de Alexandre Nogueira da Silva e Ana Maria da Conceição, falecidos, e ela de São José de Angicos, e filha de José Teixeira Branquinho e Generosa Maria da Conceição. Essas testemunhas estavam ligadas ao meu trisavô Vicente Ferreira Xavier da Cruz: o tenente-cirurgião Francisco Martins Ferreira, meu bisavô, era genro dele, e Cosme Teixeira Xavier de Carvalho, meu tio bisavô, era filho.

Quando José da Penha falou: “Tabuleiros, onde minha infância perseguiu borboletas. O meu coração tem a dureza daquelas pedras. E com este rochedo de carne, hei de esmagar a oligarquia dominante”, talvez estivesse falando daquelas pedras que circundam São Romão, terra de sua mãe, Dona Maria Ignácia Alves de Souza.

Ass. de Vicente Ferreira Xavier da Cruz

03/05/2015


    GG



    N O S   R U M O S   D A   I N D E P E N D Ê N C I A

    Por: Gileno Guanabara, sócio do IHGRN
     
                Decidida a estada no Brasil, D. Pedro recebeu representação das Províncias de S. Paulo e das Minas, que solicitavam a formação de um Conselho de Estado. Diante dos rumos que tomavam os acontecimentos, as Côrtes de Lisboa pressionavam. Uma esquadra fora enviada, cujas naves foram contidas ao largo da barra. Em carta dirigida ao Rei de Portugal, com pedido de que fosse dado conhecimento às Côrtes, dizia: (...) para que saibam que o Brasil tem honra e é generoso com quem lhe busca o mal. Já impaciente, em missiva posterior, o Príncipe verberava contra as facciosas, horrorosas e pestíferas Côrtes. A habilidade política de D. Pedro devia-se aos seus conselheiros.
                Diante da penúria financeira do tesouro, o Príncipe tomou medidas saneadoras. Transferiu sua residência para a quinta da Boa-Vista e acomodou a administração no paço da cidade. Reduziu o pagamento de alugueres, de sua mesada e das cavalariças. Visitou repartições, tribunais, quartéis, impingindo sua personalidade. Ao mesmo tempo, a divisão, que era instigada nas Províncias do Norte pelas tropas portuguesas lá sediadas, exigiam juramento. Na Bahia, a tropa dava como certo seu desligamento da Regência, em obediência às Côrtes, com influência em outras Províncias. A esse espírito recolonizador antepôs-se a ação desassombrada da Maçonaria, no Rio de Janeiro e Niterói, com larga influência nas lojas maçônicas e no recém criado Grande Oriente, ao qual D. Pedro viria a se filiar. A essa força juntaram-se a imprensa, com a criação do Revérbero Constitucional Fluminense e a força do púlpito exercida pelo clero em suas igrejas.
                O aporte do brigue de guerra Infante D. Sebatião, trazendo decretos das Côrtes que ordenavam a prisão e a deportação de pessoas acusadas de encitamento da ordem pública, foi rejeitado por D. Pedro. Uma comissão do Senado solicitara uma audiência que se aprazou para o dia 9 de janeiro de 1822, a fim de serem ouvidas as súplicas e votos dos povos do Rio de Janeiro e de Províncias do Sul. Desde a Igreja do Rosário, onde se aglomerou a multidão, o Senado e os notáveis, marcharam em grande estilo e gala, tendo à frente o estandarte da Câmara, na direção do paço da cidade, onde precisamente, às onze horas, foram recebidos pelo Príncipe. Com habilidade bastante, o presidente do Senado, José Clemente Pereira, leu o discurso aguardado. Na proclamação, lembrou que o Brasil não desejava separar-se de Portugal, mas exigia um centro de união e governo, uma assembleia nacional e um poder executivo no seu próprio seio (...) que o Príncipe acolhesse benignamente os votos dos povos, e continuasse na Regência, pois só assim se retardaria a independência completa do Brasil com a República. Após ouvir a súplica, o Príncipe dirigiu-se à multidão: Agora só tenho a recomendar-vos – união e tranquilidade.
                No sentido de burlar a decisão anunciada, a tropa portuguesa, sob o comando do general Jorge de Avilez e de seus oficiais, tornou revolta a turba de soldados da guarnição e a plebe ignara. Ocuparam o sítio do alto do Castelo, de onde vislumbravam toda a cidade, hostis e ameaçadores. De outro lado, a Praça do Campo de Sant’Anna ocupado pelo povo em vibrações patrióticas, por milicianos e voluntários de Minas, Rio e São Paulo, sob o comando dos generais Xavier Curado, Nóbrega e Joaquim de Oliveira Álvares, os quais se puseram ao lado do Príncipe Regente: mais de seis mil pessoas de todas as classes pegaram em armas... Eram dois exércitos aptos para a batalha. O militar português, recuado na Praia Grande e face o ultimato de D. Pedro, fez com que Avilez e suas tropas, à espera de reforços da Coroa que não chegaram, batessem em retirada da Baia da Guanabara, no rumo de Portugal.
                Debelada a última resistência, em meados de janeiro, o Príncipe Regente decidiu compor em coalisão o seu ministério. A pasta do Reino, Justiça e Estrangeiros, coube a José Bonifácio de Andrada e Silva; a da Guerra a Oliveira Álvares, enquanto a da Fazenda coube a Caetano Pinto e a da Marinha a Manoel Antônio. Estavam presentes as forças em conflito, mas em convivência respeitável. A presença de José Bonifácio no ministério contribuiu, desde o seu retorno da Europa e o autoexílio em Santos, para que a sua nomeação (em lugar do irmão Martin Francisco) favorecesse o clima de conciliação que implementou, ora combatendo a indisciplina e a desordem provocada pelos luso-radicais, ora com a responsabilidade pela mantença do presidente da Junta de São Paulo, Oeynhausen, que fora deposto. Eram os rumos contraditórios da política.
                Mesmo em causa única, pró-independência, havia dissenções entre os brasileiros. Para uns, competia a solução da crise com o Príncipe Regente, apesar do temor da reação das Côrtes; ou de a monarquia se aliar na Europa a outras monarquias; ou de o Príncipe – dado a sua fraqueza de caráter - mudar de rumo, o que urgia a proclamação. Era o caso dos radicais Gonçalves Ledo, Cunha Barbosa, dos redatores de O Reverbero e da maçonaria. Outra corrente, de José Bonifácio junto ao Regente, primava pela serenidade da conciliação, tornando a independência uma obra de engenharia política, com desfecho natural dos acontecimentos. Daí a ação diplomática do Marquês de Barbacena, aconselhando-se junto ao Almirantado inglês, para efeito de contratação de Lord Cochrane, dos empréstimos financeiros a serem tomados e da possível reação dos estados europeus diante das posições assumidas por D. Pedro, no Brasil.  
                Sem querer e querendo, concebeu José Bonifácio a convocação do conselho de procuradores das províncias, com funções constituintes, como forma de pactuar entre o Príncipe e os interesses provinciais, tornando efetiva a autoridade central, no sentido de amenizar a dependência do país à tutela das Côrtes. Na prática, eram passos decisivos à opção entre ser ou não ser um ente colonial, calcados na realidade possível. Bastava ver a influência exercida pelo Partido das Côrtes nas Províncias do Norte, dentre elas a de Pernambuco, a que se juntava a nomeação do Brigadeiro Madeira de Melo, para o comando das armas da Bahia e a agitação que desencadeou.
               
               
                                

    01/05/2015

    1º DE MAIO

    Dia do Trabalhador

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    Dia do Trabalhador
    Mumbaimaydayrally0645.JPG
    Dia do Trabalhador na cidade de Mumbai, na Índia
    Nome oficialLabor Day
    TipoInternacional
    Seguido porMundial
    Data1 de maio
    O Dia do Trabalhador ou Dia Internacional dos Trabalhadores é celebrado anualmente no dia 1º de Maio em numerosos países do mundo, sendo feriado no Brasil, em Portugal em Angola e em outros países. No calendário litúrgico celebra-se a memória de São José Operário por tratar-se do santo padroeiro dos trabalhadores.

    História

    Em 1886, realizou-se uma manifestação de trabalhadores nas ruas de Chicago nos Estados Unidos.[1] [2] [3]
    Cartaz da Rússia, alusivo ao dia 1 de maio (Trabalhadores não têm nada a perder, mas suas correntes ... 1919).
    Essa manifestação tinha como finalidade reivindicar a redução da jornada de trabalho para 8 horas diárias e teve a participação de milhares de pessoas. Nesse dia teve início uma greve geral nos EUA. No dia 3 de Maio houve um pequeno levantamento que acabou com uma escaramuça com a polícia e com a morte de três manifestantes. No dia seguinte, 4 de Maio, uma nova manifestação foi organizada como protesto pelos acontecimentos dos dias anteriores, tendo terminado com o lançamento de uma bomba por desconhecidos para o meio dos polícias que começavam a dispersar os manifestantes matando um agente, na rixa que se seguiu sete outros morreriam. A polícia abriu então fogo sobre a multidão, matando doze pessoas e ferindo dezenas. No seguimento cinco sindicalistas foram condenados à morte e três condenados a pena perpétua. Estes acontecimentos passaram a ser conhecidos como a Revolta de Haimarcet.[4] [5]
    Três anos mais tarde, no dia 20 de Junho de 1889, a segunda Internacional Socialista reunida em Paris decidiu por proposta de convocar anualmente uma manifestação com o objectivo de lutar pelas 8 horas de trabalho diário. A data escolhida foi o 1º de Maio, como homenagem às lutas sindicais de Chicago. Em 1 de Maio de 1891 uma manifestação no norte de França é dispersada pela polícia resultando na morte de dez manifestantes. Esse novo drama serve para reforçar o dia como um dia de luta dos trabalhadores e meses depois a Internacional Socialista de Bruxelas proclama esse dia como dia internacional de reivindicação de condições laborais.[4] [2] [5]
    Em 23 de Abril de 1919 o senado francês ratifica o dia de 8 horas e proclama o dia 1 de Maio desse ano dia feriado. Em 1920 a União Soviética adota o 1º de Maio como feriado nacional, e este exemplo é seguido por muitos outros países.[4]
    Apesar de até hoje os estadunidenses se negarem a reconhecer essa data como sendo o Dia do Trabalhador, em 1890 a luta dos trabalhadores estadunidenses conseguiu que o Congresso aprovasse que a jornada de trabalho fosse reduzida de 16 para 8 horas diárias.

    Dia do Trabalhador em Portugal

    1º de Maio na cidade do Porto
    Em Portugal, só a partir de Maio de 1974 (o ano da revolução do 25 de Abril) é que se voltou a comemorar livremente o Primeiro de Maio e este passou a ser feriado. Durante a ditadura do Estado Novo, a comemoração deste dia era reprimida pela polícia.
    O Dia Mundial dos Trabalhadores é comemorado por todo o país, sobretudo com manifestações, comícios e festas de carácter reivindicativo, promovidas pela central sindical CGTP-IN (Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses - Intersindical) nas principais cidades de Lisboa e Porto, assim como pela central sindical UGT (União Geral dos Trabalhadores).
    No Algarve, assim como na Madeira e Açores é costume a população fazer piqueniques e são organizadas algumas festas nas regiões..

    Dia do Trabalhador no Brasil

    Com a chegada de imigrantes europeus no Brasil, as ideias de princípios e leis trabalhistas vieram junto. Em 1917 houve uma Greve geral. Com o fortalecimento da classe operaria, o dia 1º de Maio foi declarado feriado pelo presidente Artur Bernardes em 1925.[4] [3] [5]
    Até o início da Era Vargas (1930-1945) certos tipos de agremiação dos trabalhadores fabris eram bastante comuns, embora não constituísse um grupo político muito forte, dado a pouca industrialização do país. Esta movimentação operária tinha se caracterizado em um primeiro momento por possuir influências do anarquismo e mais tarde do comunismo, mas com a chegada de Getúlio Vargas ao poder, ela foi gradativamente dissolvida e os trabalhadores urbanos passaram a ser influenciados pelo que ficou conhecido como trabalhismo.[5]
    Até então, o Dia do Trabalhador era considerado por aqueles movimentos anteriores (anarquistas e comunistas) como um momento de protesto e crítica às estruturas sócio-econômicas do país. A propaganda trabalhista de Vargas, sutilmente, transforma um dia destinado a celebrar o trabalhador no Dia do Trabalhador. Tal mudança, aparentemente superficial, alterou profundamente as atividades realizadas pelos trabalhadores a cada ano, neste dia. Até então marcado por piquetes e passeatas, o Dia do Trabalhador passou a ser comemorado com festas populares, desfiles e celebrações similares. Na maioria dos países industrializados, o 1º de maio é o Dia do Trabalhador. Comemorada desde o final do século XIX, a data é uma homenagem aos oito líderes trabalhistas norte-americanos que morreram enforcados em Chicago (EUA), em 1886. Eles foram presos e julgados sumariamente por dirigirem manifestações que tiveram início justamente no dia 1º de maio daquele ano. No Brasil, a data é comemorada desde 1895 e virou feriado nacional em setembro de 1925 por um decreto do presidente Artur Bernardes.[4] [3] [5]
    Aponta-se que o caráter massificador do Dia do Trabalhador, no Brasil, se expressa especialmente pelo costume que os governos têm de anunciar neste dia o aumento anual do salário mínimo. Outro ponto muito importante atribuído ao dia do trabalhador foi a criação da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, em 01 de maio de 1943.[3]

    Dia do Trabalhador em Moçambique[editar | editar código-fonte]

    Durante o período colonial (até 1975), os moçambicanos estavam proibidos de celebrar o 1º de Maio em virtude da natureza repressiva do regime colonial português. No entanto, houve manifestações de trabalhadores moçambicanos, em particular em Lourenço Marques (actual Maputo), contra o modo de relações laborais existente naquele período.
    Após a Independência Nacional, o Dia do Trabalhador é celebrado anualmente, e com o passar dos anos, com as reformas políticas, económicas e sociais que o país sofreu a partir de finais da década de 80, registrou-se um crescimento do movimento sindical em Moçambique. A primeira instituição sindical no país foi a Organização dos Trabalhadores Moçambicanos (OTM), que veio depois a impulsionar o surgimento de novos movimentos sindicais, cada vez mais específicos de acordo com os sectores de actividade.

    Dia do Trabalhador na Suécia

    Manifestação social-democrata no 1 de maio em 2006 em Estocolmo
    O 1º de Maio foi comemorado na Suécia pela primeira vez em 1890, com manifestações e desfiles em 21 cidades.[6]
    Em Estocolmo marcharam 30 000 pessoas de Karlavägen até Hakberget, onde esperavam 20 000 outras pessoas.[7]
    Os 50 000 manifestantes escutaram então os discursos de vários líderes social-democratas e liberais, entre os quais August Palm e Hjalmar Branting. [7]
    Foi aprovada uma resolução exigindo o dia de trabalho de 8 horas. [8]
    É um dia feriado desde 1939. [9]

    Dia do Trabalhador no mundo

      Dia do Trabalhador cai ou pode cair no dia 1° de maio
      Outro feriado no dia 1° de maio
      Sem feriado no dia 1° de maio, mas Dia do Trabalhador em outra data
      Sem feriado no dia 1° de maio e sem Dia do Trabalhador
    Muitos países em todos os continentes celebram o dia 1° de maio como Dia do Trabalhador, Dia do Trabalho, Dia Internacional do Trabalhador ou Dia de Maio, embora o termo Dia de Maio ainda se refere ao significado original em muitos desses países que ainda celebram esse feriado. Em países onde o dia 1° de maio não é feriado oficial demonstrações são organizadas nesse dia em defesa dos trabalhadores.
    Alguns países celebram o Dia do Trabalhador em datas diferentes de 1° de maio:
    • Nova Zelândia celebra o Dia do Trabalho na quarta segunda-feira de outubro em homenagem à luta dos trabalhadores locais que levou à adoção da jornada diária de 8 horas diárias antes da greve geral que resultou no massacre nos EUA.
    • Na Austrália o Dia do Trabalho varia de acordo com a região.
    • Estados Unidos e Canadá celebram o Dia do Trabalho na primeira segunda-feira de setembro, escolhido propositadamente para que não fosse lembrado o massacre de 1° de maio.

    Referências

    1. Ir para cima Dia do Trabalho. Visitado em 18 de Agosto de 2@*q013.
    2. Ir para: a b História do Dia do Trabalho. Visitado em 18 de Agosto de 2013.
    3. Ir para: a b c d Matsuki, Edgard (30 de Abril de 2013). Dia do Trabalho: saiba como surgiu o feriado do dia 1º de maio. Visitado em 18 de Agosto de 2013.
    4. Ir para cima Erro de citação: Tag <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs chamadas Brasil_escola
    5. Ir para: a b c d e História do Dia do Trabalho. Visitado em 18 de Agosto de 2013.
    6. Ir para cima http://www.ne.se/uppslagsverk/encyklopedi/l%C3%A5ng/f%C3%B6rsta-maj
    7. Ir para: a b http://www.lo.se/start/facket_pa_din_sida/forsta_maj/forsta_demonstrationen_i_stockholm
    8. Ir para cima Martin Grass "Hjalmar Brantings majtal 1890-1924 (1890)" Arbetarhistoria nr 53-54 1990 http://www.arbark.se/dokument/temp/branting-1890-stockholm.pdf
    9. Ir para cima http://www.government.se/content/1/c6/02/22/76/0cbe12c9.pdf

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