07/06/2015



AB LEIDE CAMARA 1
Leide Câmara

Relatos de uma vida
O virtuoso violinista Gumercindo Saraiva de Moura nasceu na cidade de Baixa Verde, atual João Câmara (RN), em 2 de junho de 1915. Filho do Ferroviário, poeta, musicista e seresteiro Gabriel Saraiva de Moura e Maria Arruda. Em 1927, o casal se separou em virtude da vida boêmia do marido, o que resultou na partida de Maria para o Rio de Janeiro (RJ) junto com seus filhos; Manoel, Geraldo, José, Jandira, Lourdes e Terezinha, deixando apenas Gumercindo, na época com doze anos, que preferiu ficar com o pai, em Natal.
 Ele morou uma temporada na casa de um professor de música, no bairro das Rocas, que o ensinou a aperfeiçoar e a tocar, piano, acordeom e violino, que foi sua grande paixão, um dom divino,  tocava  desde os quatro anos de idade nas feiras livres, onde era levado por Gabriel. Desfrutou da amizade da família de Luís da Câmara Cascudo,e também abrigou um tempo.
 Casou-se com Wilhermin de Oliveira Saraiva (28/4/1914 – 18/4/2010) no dia 27 de janeiro de 1939, em Extremoz, onde se conheceram. Tiveram quatro filhos: Maria Chaminade Saraiva Caldas (1940), nome dado por sugestão do Maestro e amigo Waldemar de Almeida em homenagem a pianista francesa Chaminade (Cécile Louise Stéphanie Chaminade); Gumercindo Saraiva Júnior (1941-2010); Toinha (Antônia Maria Saraiva, (1945) e Sônia Maria Saraiva (1959).
 Seu primeiro emprego, foi de jornaleiro da Republica, mais tarde foi trabalhar no escritório do empresário Chileno, Carlos Lamas (1905-1972), na rua Dr. Barata, no bairro da Ribeira, outra grande escola e experiência para Gumercindo.  Começou a escrever para jornais por volta de 1932, sob Direção de Café Filho (João Café Filho, 1899-1970). Escreveu também para os jornais “Comerciário”, “A República”, “A Ordem”, “Correio do Povo”, “Jornal do Comércio”, “Tribuna do Norte” e “Diário de Natal”., entre outros.
 No ano de 1933, foi criado o Instituto de Música, ano em que Gumercindo ganhou uma bolsa de estudo para o curso de violino com o professor José Monteiro Galvão. Em 1936, é lançada pelo Instituto de Música a Revista Som, idealizada por Luís da Câmara Cascudo, Waldemar de Almeida e Gumercindo Saraiva, como bandeira em defesa da valorização da vida musical no Rio Grande do Norte. No dia 29 de dezembro de 1939, recebeu o Diploma de concluinte do curso de teoria musical e solfejo e no ano seguinte, formou-se em História da Música.
 Fundou, na década de 1940, a Casa da Música, que foi um marco na divulgação da música brasileira. Foi um dos primeiros comerciantes de instrumentos musicais no estado. O prédio permanece na Avenida Rio Branco, 705, no Centro, onde hoje funciona o Sebo Vermelho de Abimael Silva.
 Gumercindo recebeu do famoso compositor Tonheca Dantas, uma cópia do Dobrado “Gumercindo Saraiva”, com a dedicatória do autor:
 “Ao insigne musicista Gumercindo Saraiva, ofereço este Dobrado com seu nome (Gumercindo Saraiva), como reconhecimento do que tem realizado em nossa terra, em prol do desenvolvimento artístico-cultural do Rio Grande do Norte. Assinado Tonheca – janeiro de 1945”.
 Nota que diz: (ofertório contido na capa do Dobrado intitulado “Gumercindo Saraiva, cujo original se encontra em poder do Tenente Jacinto Carvalho, antigo mestre da Banda do 16º R.I.)”.

Leide Cãmara – Pesquisadora de música brasileira, Membro da Academia de Norte-rio-grandense de Letras.

06/06/2015


ANTÔNIO SOARES FILHO, O HUMANISTA

Valério Mesquita*
Mesquita.valerio@gmail.com

“Morreu o caçador de estrelas Antônio Soares Filho!”, exclamei. Em que observatório lunar ficou perdida no espelho a outra face da lua? Ele via o rosto oculto dos astros na planície aérea das noites natalenses de pastoreio. Conhecedor do sol e do vento atravessou o seu tempo pela mão das estações. Professor, Diretor da Faculdade, fui seu aluno de Direito Processual Penal. Membro da Academia Norte-Riograndense de Letras, por longo tempo pertenceu ao Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte e ao Conselho Estadual de Cultura, onde compartilhei de sua amável companhia. Mas, o sensível e o imaginário em Antônio Soares Filho não estavam somente na Astronomia mas na Política. Nela descobriu a vocação pública de servir através do PSD, o histórico partido dos dinossauros da política do Estado.
Foi deputado estadual constituinte ao lado do meu pai em 1947. No exercício do mandato revelou-se diligente, regimentalista e constitucionalista. Era o estilo e a marca do bacharel. Exerceu, em seguida, a chefia do Gabinete Civil do governo Dinarte Mariz. Foi ai que Toinho, carinhosamente chamado pelos mais íntimos, demonstrou possuir a consciência da fugacidade do homem e do tempo. Domou o ritmo das aspirais de súplica e oferenda ao redor, pela depuração dos assuntos e das paisagens interiores dos processos: os que devem ser resolvidos hoje, os que podem ficar para manhã e aqueles que só o tempo vai dizer. Eram os mistérios gozosos da política e da administração que Antônio Soares Filho filosoficamente distinguia, adestrando e afinando os sentidos e fazendo do mundo matéria de puro aprendizado, mercê de sua inexorável mutação.
Mas o seu lado encantatório era a proverbial fidalguia. Tinha a magia de cerimonalizar os gestos e solenizar os ditos. Na mecânica do mundo dos cumprimentos ele possuía o dom de sensibilizar as pessoas pelo cavalheirismo sem precisar torcer a coluna vertebral. A sua acuidade perceptiva na análise pictória e pitoresca dos fatos, fazia Diógenes da Cunha Lima acoima-lo de guru. No Conselho de Cultura, ao lado de Américo de Oliveira Costa e Oto Guerra formava o nosso gurulato. Nessa homenagem pelo seu passamento tenho dele a lembrança nítida, leve e delicadamente nítida que o tempo não vai desfazer.

(*) Escritor.

05/06/2015


   
Acla Pedro Simões Neto
5 de junho às 05:52
 
JOSÉ INÁCIO FERNANDES BARROS,
O PRIMEIRO JUIZ DE CEARÁ-MIRIM

A fonte mais confiável e a mais prazerosa para quem quer relatar fatos históricos do nosso estado, é, sem sombra de dúvida o gênio Luis da Câmara Cascudo. Pela erudição e pela verve, pelo modo simples, elegante e agradável com que conduz as suas narrativas. Apenas ele e somente ele para apresentar o primeiro juiz da então recém-criada Comarca de Ceará-Mirim, o doutor José Inácio Fernandes Barros.
O ilustre magistrado notabilizou-se, em relação a Ceará-Mirim e suas adjacências, pelos seguintes fatos: implantou a comarca recém-estabelecida; construiu um dos mais belos prédios da nossa cidade para sua residência, onde hoje se localiza a secretaria de educação do município; casou-se com uma filha do Barão do Ceara-Mirim; mobiliou, com seus próprios recursos, com equipamentos importados dos Estados Unidos, a primeira escola pública local, construída pelo Barão; inaugurou um modelo de elegância no trato com as pessoas, no bem vestir e na arte da recepção comparável à aristocracia francesa; finalmente, é responsável pela denominação do atual município de Pureza, onde possuía um sítio para repouso.
Transcreve-se a “Acta Diurna” de Cascudo (03/03/1940) sobre o nosso juiz:
“Nasceu em São Gonçalo, a 25 de abril de 1844. Bacharel em 1868. Morreu com 63 anos, no Ceará-Mirim, a 17 de outubro de 1907 na casa sobradada, senhorial e bonita, olhando o verde vale ondulante de canaviais. Figura rara de elegância física, aprumo protocolar, graça fidalga, apuro indumentário. Os hábitos eram de descanso, de intimidade niveladora, de pilhéria com sal grosso, de roupas sumárias, à vontade, á custa do clima, dos costumes, da preguiça. Fernandes Barros foi uma exceção. Ninguém o viu em mangas de camisa, de chinelos, com o chambre ritualista que dava toda importância social. Às oito horas da manhã, em Natal, Ceará-Mirim, Aracaju ou Rio de Janeiro, estava barbeado, esticado, unhas brunidas, perfumado, com uma toilette de receber um Cardeal ou visitar o Imperador. Esse cuidado no vestuário acompanhava todos os seus gestos. Seu papel de carta é uma delícia visual, marfinado, liso, com monograma em relevo azul. A tinta é negra escura, própria indelével. O envelope forrado de seda. Tudo quanto lhe saiu das mãos era assim.
Juiz Municipal em natal, Chefe de Polícia em 1874, Juiz de Direito em Jardim do Seridó, de 75 a 77, instalou a Comarca do Ceará-Mirim, de agosto de 1877 a 1884, quando foi removido para Maruim, em Sergipe. Chefe de Polícia em Sergipe em 1885.
Voltou ao Ceará-Mirim, reassumindo o Juizado em março de 1888.
Aposentou-se em 1890.
Seu casamento com D. Ana Teixeira da Silva Varela, a 8 de abril de 1872, foi a mais linda festa social da época. O sogro, Manuel Varela do Nascimento, depois Barão do Ceará-Mirim, doou um prédio de cinco contos para casa de ensino. Fernandes Barros era Juiz Municipal do termo. Ofereceu o mobiliário escolar. Mandou-o vir dos Estados Unidos. Era o mais cômodo, moderno e perfeito de todo o norte do Brasil. Nos Estados Unidos comprara o melhor. Nos Estados Unidos comprara o melhor. Rocha Pombo, registrando o feito, escreveu: ‘E efetivamente o fez, tendo até o capricho de fazer vir dos Estados Unidos todo o material de instalação, o que havia de mais perfeito lá no pais clássico do ensino público.’
Era, instintivamente, aristocrático. Suas saudações pareciam copiadas do Duque de Morny. Um encanto seus trajes escuros, feitos em Londres, o sapato inglês, o colarinho resplandecente, a gravata negra, duma seda espessa e macia, os plastronos ornamentais, avivados pela brancura da pérola oriental. No meio dos homens vestidos pelos alfaiates da terra, pelos curiosos do interior ou pelos artistas de Recife, era um crisântemo numa moita de mangericão.
Ninguém mais acessível, acolhedor e simples que esse beau Brummel desgarrado no simplório Rio Grande do Norte. Culto e vivamente curioso, lia as novidades, conversando com graça e fazendo rir sem estrépito. Para ele, com viagens difíceis, iam jornais e revistas de longe. Fernandes Barros, até prova em contrário, o único ser humano que fazia, em toda vastidão da Província e depois Estado, toilette para jantar. Jantava de escuro, medido, meticuloso, manejando os talheres diversos, bebendo em vários copos de cristal, servido em sua baixela de porcelana de Limoges e prataria do Porto.
A barba, longa e fina, era tratada como a de um grão-duque, Suas viagens longínquas traziam sempre surpresas. E pensar que Fernandes Barros foi político, elemento do Partido Conservador, vice-presidente do Estado, administrando o Rio Grande do Norte por vinte e três dias, no período mais convulso, mais aceso, mais tremendo da política local. À primeira imposição dos amigos, ignorantes de sua sensibilidade, renunciou o cargo. Quando Pedro Velho desmoronou o castelo da oposição cimentada no Marechal Deodoro, já Fernandes Barros, alheio, superior, cortez como um Rohan, estava a mil léguas das campanhas do formigueiro. Ninguém o incomodou. Viveu como sonhara, com distinção e nobreza.
Passava o verão junto às águas idílicas da nascente do rio Maxaranguape, fonte redonda como uma taça de Murano rodeada pelos flabelos dos altos pau-ferros. O nome era Pau Ferro, vinha da data do Pau Ferro, secularmente. Fernandes Barros mudou-o para Pureza apelido perfumado e claro, tão justo, tão lógico, tão oportuno, que toda a gente o apoiou. A seu pedido, Amintas Barros, pelo decreto 110, de 23 de maio de 1891, criava um distrito de paz na povoação de Pureza. Morreu, com uma moléstia atroz. Nunca o sofrimento horrendo venceu sua elegância. Nenhuma concessão ao tumulto dos gemidos e dos gestos. Teve, como os Romanos, o pudor na morte e a distinção na agonia.”

Ceiça Cruz, Ciro José Tavares, Clea Bezerra de Mello, Darquinha Arruda, Emmanuelle Cavalcanti, Gerinaldo Moura da Silva, Gibson Machado, Gracinha Barbalho B. Teixeira, Gustavo Sobral, Helo Brandao, Janilson Dias de Oliveira, Jeanne Araujo, José de Anchieta, Jose Eduardo Vilar Cunha, Joventina Simões Oliveira, Lêda Marinho, Lucia Helena Pereira, Leonor Soares, Múcio Vicente, Ormuz Barbalho Simonetti, Ricardo M. Sobral Marilda Barreto Furtado, Sayonara Montenegro

Bianor Junior, Carlos D Miranda Gomes, Ceicinha Câmara Taquelim, Eduardo Lago, Eduardo Gosson, Jailza Lopes Ricardo Simões, Jansen Leiros, Maria Alice Brandao, Olimpio Maciel, Roberto Lima de Souza, Roberto José Maques Pereira

Franklin Marinho Jr., Renato Martins, Waldeck A. Moura Moura, Eduardo Paiva, Celma Brasil, ED Santiago, Graça Tinôco, Julio Lima Jucali, Nilde Oliver, Pedro Mesquita Filho, Marinez Lucena de Medeiros, Múcio Câmara, Régia Silveira, Sebastião Cruz, Neto Coutinho

04/06/2015

Casa do Estudante do Rio Grande do Norte - CERN OFICIAL/Natal
3 de junho às 20:42

Boa noite Pessoal que comparecerá a Audiência Pública!
A audiência foi reagendada para o dia 19 de Junho!
Fiquemos atentos!
 


Ontem à noite fizemos uma Assembléia Geral Extraordinária unindo os membros das Casas do Estudante (Feminina e Masculina) de Natal que estavam aptos a participar para discutirmos os rumos que iremos tomar visando tentar salvar as nossas instituições. Foi uma reunião produtiva e esperamos que todos se engajem para ajudar neste processo.
Informamos que no dia 19 de Junho teremos uma Audiência Pública na Assembleia Legislativa. Esta audiência definirá os rumos que serão tomados para solucionar o problema que as Casas do Estudante do Rio Grande do Norte enfrentam. Seria muito importante a participação dos sócios de todas as Casas do Estado assim como de ex-sócios e, até mesmo, de pessoas que tenham algum interesse em nos ajudar.
Agradecemos a atenção de todos!
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Texto redigido por Serafim Nascimento
Estudante, residente e atual Vice-Presidente da CERGN
Administrador 2 da página

03/06/2015

Manoel de Carvalho Tinoco, Antonia de Freitas e Apodi

João Felipe da Trindade (jfhipotenusa@gmail.com)
Matemático, sócio do IHGRN e do INRG
 
A repetição de nomes, nas várias famílias brasileiras, acarreta equívocos quando da construção de qualquer genealogia. Há um trabalho de meu amigo Marcos Pinto, lá do Apodi, intitulado “Antonio da Rocha Bezerra, um herói esquecido”, onde encontramos algumas contradições, que precisamos corrigir. Segundo ele, Antonio da Rocha Bezerra que foi assassinado, em 1711, por conta da sua relação com o parente Leandro Bezerra Cavalcante, da Guerra dos Mascates, era filho de José da Rocha Bezerra e Dona Antonia de Freitas Nogueira. Diz ainda, que Dona Antonia quando enviuvou de José da Rocha Bezerra, tinha 28 anos em 1680, e casou com Manoel Carvalho Tinoco em 1681. Diz mais, que Antonio da Rocha Bezerra foi casado com Dona Josefa Leite de Oliveira.
Vamos aos fatos. Dona Antonia Freitas, que casou com Manoel Carvalho Tinoco, não pode ser a mesma Antonia de Freitas Nogueira, pois, em 1708, era batizada sua filha Domingas, e, nessa data, teria 55 anos. Outro fato é que o coronel Antonio da Rocha Bezerra, que casou com Josefa de Oliveira Leite, foi padrinho do neto Antonio, filho de Antonio da  Rocha Bezerra e Maria Gomes Freire, no ano de 1760. Vamos conhecer melhor sobre Manoel Carvalho Tinoco e sua esposa.
Entre os assentamentos de praça, encontramos o seguinte: Manoel de Carvalho Tinoco, filho de Domingues Fernandes, natural da cidade de Braga, de idade de trinta e oito anos, cabelo negro, olhos pardos, barba negra, rosto grande, e comprido, e feito de pequena estatura, senta praça de soldado nesta companhia desde 5 de janeiro de 1699, e vence mil oitocentos e sessenta e seis réis de soldo, por mês, na forma do assento do Conselho da Fazenda, lançado no Lº 2º a fl 77 verso e não vencerá mais coisa alguma. Manoel Gonçalves Branco.
Na margem desse assento há mais algumas informações. Primeiro, a data de assento é corrigida para 21 de outubro de 1699, em Assú; outra anotação dá conta que foi condenado por sentença a servir à sua majestade um ano a sua custa como dela consta no Lº 6º a fl. 26 em que está registrado que começa em 23 de fevereiro de 1703, como consta de sua apresentação; começou a servir em a Companhia do capitão Salvador Amorim que era da Guarnição na Fortaleza dos Santos Reis a sua custa em (sem a data).
Entre os registros mais antigos, ainda existentes, encontramos os batismos de vários filhos de Manoel e Antonia, como segue:
Aos 13 de agosto de 1695, batizou o Padre Pedro Fernandes, de minha licença, na capela de São Gonçalo, a Caetano filho de Manoel de Carvalho Tinoco e de sua mulher Antônia de Freitas. Foram padrinhos Nicácio da Costa e Joana Gomes, filhos do Capitão Pedro da Costa (Faleiro). Basílio de Abreu e Andrade.
Aos 29 de setembro de 1697, batizou e pôs os santos óleos, de minha licença, o Padre Francisco Bezerra, em Santo Antônio do Potengi, a inocente Ana, filha de Manoel Carvalho e de sua mulher Antônia de Freitas. Foram padrinhos Manoel Rodrigues Santiago e Florença de Dornellas. Domingos da Rocha de Figueiredo.
Em 19 de fevereiro de 1700 anos, na capela de São Gonçalo do Potengi, com licença do Reverendo Padre Coadjutor desta Matriz, o licenciado Antonio Rodrigues Frazão, batizou o Padre Francisco Bezerra a Manoel, filho de Manoel de Carvalho Tinoco e de sua mulher Antônia de Freitas. Foram padrinhos Manoel da Gama de Araújo e Bernarda de Oliveira, filha da viúva Mariana da Costa. Simão Rodrigues de Sá.
Em 05 de julho de 1702 anos, na capela do Senhor São Gonçalo do Potengi, batizei a Joseph, filho de Manoel Carvalho e de sua mulher Antônia de Freitas. Foram padrinhos Manoel Gonçalves Pimentel e Maria de Freitas, mulher de Antônio Pinto. Simão Rodrigues de Sá.
Em 4 de abril de 1704, na capela do Senhor Santo Antônio do Potengi, com licença minha, batizou o Padre Francisco Bezerra de Góis, a  Maria, filha de Manoel Carvalho e de sua mulher Antônia de Freitas. Foram padrinhos o Comissário Geral Antônio Gomes de Barros e Custódia de Freitas, filha de Maria de Freitas, mulher de Antônio Pinto. Simão Rodrigues de Sá, Vigário.
Em 11 de maio, na Capela do Senhor Santo Antônio do Potengi, do ano de 1706, batizei a Florinda filha de Manoel Carvalho Tinoco e de sua mulher Antônia de Freitas. Foram padrinhos o tenente-coronel Teodósio de Grasciman e sua mulher Paula Barbosa. Simão Rodrigues de Sá.
Em 06 de agosto de 1708 anos, na capela de São Gonçalo do Potengi, de licença minha, batizou o Padre Antonio de Araújo e Souza a Domingas filha de Manoel Carvalho Tinoco e de Antônia de Freitas. Foram padrinhos o Padre Francisco Bezerra e Custódia de Freitas. Simão Rodrigues de Sá.
Essa Maria de Freitas, mulher de Antonio Pinto, parece ser da família, pois, ela ou sua filha, Custódia,  apadrinharam três filhos de Antonia de Freitas.
O registro de casamento de Caetano já apresenta falhas e, por isso, transcrevemos parte dele. Caetano Gomes de Almeida (o sobrenome não contém, aparentemente, nenhuma relação com os dos pais) casou aos nove de agosto de 1734, na Capela de Nossa Senhora da Conceição de Jundiaí, com Apolônia de Almeida Costa, filha legítima de Mathias da Silva Gayo, e de sua mulher Potenciana Carvalho, já defunta, na presença do capitão de Infantaria Francisco Ribeiro Garcia, do sargento-mor Hilário de Castro Rocha, de sua mulher Maria Magdalena e de Izabel de Barros, mulher do coronel Carlos de Azevedo do Vale. Nessa data Manoel Carvalho Tinoco, seu pai,  já era falecido. As denunciações foram feitas na Matriz e na capela da Senhora Santa Ana do Arraial, onde Apolônia era moradora e na de Nossa Senhora dos Remédios de Cajupiranga, onde morava Caetano. Apresentaram banhos corridos no Curato de Assú, e foram dispensados no quarto grau de sanguinidade atingente ao terceiro.
Outro filho de Manoel Tinoco e Antonia de Freitas, que encontramos o casamento, foi Manoel. Transcrevemos seu registro a seguir.
Aos vinte e oito de novembro de mil setecentos e quarenta e dois anos, na Capela do Senhor Santo Antonio do Potegy, desta Freguesia de Nossa Senhora da Apresentação do Rio Grande do Norte, feitas as denunciações na forma do Sagrado Concilio Tridentino, nesta Matriz e nas mais partes necessárias desta Freguesia, onde os contraentes são naturais e a contraente moradora, e na Freguesia do Assú, onde o contraente é morador, sem se descobrir impedimento, como consta das Certidões dos Banhos, que ficam em meu poder, em presença do Reverendo Padre Manoel Pinheiro Teixeira, de licença minha, e sendo presentes por testemunhas o coronel João Pereira de Veras e Ignácio de Oliveira, pessoas conhecidas, os quais vinham assinados juntamente como o Reverendo Padre Assistente, no assento  que mandou, por eu assim expressar, na licença que dei conforme provimento do Reverendo Senhor Doutor Visitador, se casaram em face da Igreja, solenemente, por palavras, Manoel Carvalho, filho legítimo de Manoel Carvalho Tinoco, já defunto, e de Antonia de Freitas, moradores que foram neste Rio Grande, e por ora moradores na freguesia do Senhor São João Baptista do Assú, com Josefa da Costa de Oliveira, filha legítima de Basílio Lopes Lima e de sua mulher Antonia Leite de Oliveira, moradores nesta Freguesia e dela ambos os contraentes naturais. Manoel Correa Gomes, Vigário.

 

02/06/2015




01/06/2015


Acontessências APARENTEMENTE
NÃO PROGRAMADAS
                                                                                                                                         Jansen Leiros*
Chegara a quinta-feira, dia 28 de maio de 2.015. O dia amanhecera diferente. Havia uma sensação estranha no ar, como se algo fosse acontecer. De fato, estava previsto meu afastamento definitivo do grupo ao qual estava vinculado: a Casa dos Espíritos!
A reunião estava marcada para iniciar às 14:00 e ali eu já estava sentado, aguardando o começo das atividades. Um a um, os componentes do corpo mediúnico iam chegando.
Eu havia sido o primeiro. Na verdade, estava muito preocupado! Sentia-me inseguro e estava meio temeroso com o que fosse ocorrer.
A sessão fora aberta! Incontinente, pedi para ser atendido na aplicação dos passes e a amiga Milla iniciou, prestimosa, naquela administração.  Tudo ocorrera dentro da normalidade.  Retornei para o lugar de costume e voltei ao meu posto de observação. Uma curiosidade foi a não percepção de quaisquer fenômenos de natureza vibratória. Recordo-me de que na sessão anterior àquela, cheguei a visualizar duas intervenções cirúrgicas mediúnicas. Naquela quinta-feira, nenhum fenômeno.
A partir dali, duas horas haviam-se passado, sem ocorrência de nenhum fato novo que chamasse a atenção de quem quer que fosse.
Dentro de mim, mil e um questionamentos fervilhavam minha cabeça. 
A sessão chegou ao final e me despedi de todos, sem quaisquer alusões.  Para mim, nada de novo ou diferente havia acontecido. Sai para apanhar Anair no Tribunal de Contas. Eram 17:00 horas e vivenciávamos absoluta rotina, exceto no que dizia respeito ao estado psicológico de Anair que se postava taciturna e sentindo muita dor de cabeça.
Dirigi-me à casa de minha sogra, Nísia Maria.  Lá, fui  convidado para jantar.  Depois disso, fomos para casa.
Chegando em Parnamirim, fomos a uma lanchonete e, mal sentamos para a sobremesa que pedimos, o telefone tocou com a notícia de que a Dª Josy, esposa do irmão de Anair, havia passado mal e teria ido a óbito, vítima de um infarto, fulminante!
Incontinenti, nos deslocamos quase quarenta quilômetros para Nova Natal, onde morava Arinaldo, irmão de minha mulher. O corpo ainda não havia chegado e lá ficamos até meia-noite, prestando assistência ao meu cunhado. Voltamos a Parnamirim pela madrugada.
Anair continuou com profundo mal estar. Medicou-se e foi deitar-se.
Na sexta-feira, estavam programados, à tarde, na casa de Pena Lima uma reunião mediúnica e à noite uma palestra sobre PARAPSICOLOGIA.
Mas, a reunião não chegou a acontecer, porque Anair continuou sentindo os mesmos incômodos. Não conseguimos quaisquer ligações telefônicas com os Penna Lima. Perdemos aquela oportunidade.
Sentindo, ainda, o incômodo da cefaleia, Anair pediu para que fôssemos desparecer em algum lugar aprazível.  Fomos ao MID WAY. Descansamos um pouco. À noite, nos preparamos para assistir à palestra
Para lá nos dirigimos. Em lá chegando, encontramos muitas pessoas conhecidas, inclusive nossa amiga, Dra. Cássia Leite e, após alguns minutos, nos acomodamos em pequeno auditório para participar do evento.
A palestra terminou e nos dirigimos para nossa casa, onde e quando trocamos algumas ideias sobre os acontecimentos do dia anterior e sobre o evento da noite. Fomos dormir. Anair, ainda,  não conseguira conciliar o sono a noite inteira e somente o fez pela madrugada.  Agora, fora eu que não conseguira fechar os olhos e esperei o “Bom dia do sol”, sentindo aquele mal estar. Natércia, ao telefone, comunica com tristeza o falecimento de Otávio, esposo de Cristina, nossa parenta e amiga.
Psicologicamente, também, Anair não estava saudável! Não conseguiu tomar o café da manhã. Não conseguiu harmonizar-se. Enfim, o dia havia começado envolto em pesadas vibrações.
No sábado, com a chegada do corpo, ocorreu o velório, com reunião dos familiares. Em seguida, o sepultamento.
No percurso de casa para Natal, de repente, nosso amigo incorporou e nos disse: “Desculpe-nos mas não foi possível realizar nossa reunião, face aos acontecimentos programados. Nossa irmã iria a óbito e havíamos de socorrê-la em tempo hábil. Dai foi necessário desarticular nossa médium, para não causar nenhum transtorno. Eis as razões da suspensão de nossa sessão mediúnica, na sexta-feira à tarde. Em momento oportuno, voltaremos ao assunto. Deus vos abençoe!
Eis meus amigos e irmãos leitores, como acontecem as coisas, aparentemente não programadas!
Da Academia Macaibense de Letras;
Da Academia Norte Rio-grandense de Trovas;
Da União Brasileira de Escritores;
Do Instituto Histórico e Geográfico do RN.